terça-feira, 19 de agosto de 2008

Acho melhor dizer a ele que estou querendo acabar com tudo. Tudo que não há. Mesmo sabendo que eu ficarei desesperada, e ligaria horas depois. Não tenho certeza que isso realmente aconteceria. Mas sei que alguma hora eu irei procurá-lo. Estou tendo a sensação que George está se afastando, talvez deva ter sido por algo que eu disse, ou fiz. Sempre acabo estragando tudo, mesmo não querendo. Mas dessa vez, a culpa é dele. Deixou-me esperando horas, esperando uma única e miserável ligação. Fez-me sair de casa, dançar, beber. Pensar coisas que nunca pensaria sobre ele. Para mim, George mudou naquela noite. Suportaria muito mais ele dizer que não me queria, ao me fazer esperar. Para o inferno com as desculpas dele, mesmo eu me sentido culpada.

2 comentários:

Marcelo Grillo disse...

Não gosto de falar ao telefone. O telefone é sempre uma cacofonia, e o que ele deixa passar é a voz má, a comunicação falsa. Quando a voz chega até mim; quando está lá, quando dura (com grande sacrifício), nunca a reconheço completamente; dir-se-ia que ela sai de baixo de uma máscara. E depois o outro está sempre prestes a partir: ele se vai duas vezes, pela sua voz e pelo seu silêncio: de quem é a vez de falar? Nós nos calamos juntos: acumulação de dois vazios. Vou te deixar, diz a cada segundo a voz do telefone.

Beijo. Gosto das tuas verdades.

Paixão, M. disse...

Minha filha, agarra o George.
A coisa tá preta.

rsrs...

Tô adorando essa série.

beijos!