Uma palavra amável pode “fazer o dia” de alguém.
Uma palavra amável omitida pode deixá-lo bem incompleto.

Foi por isso que liguei mais uma vez. Maldito telefone.
Do outro lado da linha meu coração bate tão forte, que por horas penso que morro aqui mesmo. Por favor, não atende ao telefone. Você não atende, fico furiosa. Agora vai atender. Fico horas pensando em tudo que devo falar, mas é só escutar sua voz que não digo nada. Não, quer dizer, digo. Mas sempre o mesmo, “aquele mesmo” que você está cansado de escutar, “aquele mesmo” que estou cansada de falar. Eu se fosse você, teria me mandado á merda, lógico, eu consigo ser insuportável por horas, devo admitir.
A verdade é que faço isso com todos, sou a palavra amável no bonito começo, e a possessiva pessoa no fim, que eu faço questão de dramatizar. Qualquer homem cansa das loucas, qualquer homem prefere as mansas. Você deve ter estranhado quando disse um eu te amo, sempre digo vá ao inferno. As coisas não mudam, e eu estou me acostumando. Você não muda e eu estou desistindo.
Ah! Maldita hora quando me esqueço.
Agora tenho uma conta alta de telefone a pagar. Malditas palavras.